sábado, 22 de agosto de 2015

21º DOMINGO Tempo Comum (22 e 23/08/2015)

Cor: Verde
1ª Leitura - Js 24,1-2a.15-17.18b
Salmo - Sl 33,2-3.16-17.18-19.20-21.22-23 (R.9a)
2ª Leitura - Ef 5,21-32
Evangelho - Jo 6,60-69
Tem um ditado que diz: “o que os olhos não vêem, o coração não sente! ”.
Significa que aquilo que está fora da nossa vista, nós não sentimos necessidade de possuir e nem desejamos, mas, pelo contrário, aquilo que enxergamos vamos sentir a necessidade de possuir, vamos desejar. Com certeza a mídia e a propaganda trabalham com esta noção, querem apresentar uma boa imagem para que as pessoas comecem a sentir necessidade, desejo e assim compram. Chamamos isto de estética e é muito presente em nossa sociedade. O que vale mais é a aparência e não aquilo que realmente é.
Isto vale também para nós como pessoas, pois hoje em dia, há uma grande preocupação com a beleza do corpo e muito pouco com a beleza da pessoa. Em outras palavras, dá-se mais valor com aquilo que aparece por fora e muito pouco com os valores que se vive. Até a nossa comunidade pode cair nesta tentação quando a preocupação maior está nas aparências, esquecendo que é necessário que a comunidade seja uma comunidade servidora que põe em prática a proposta de Jesus.
Hoje, na primeira leitura, Josué pergunta ao povo, escolhei hoje quem vocês querem servir, os deuses estranhos com suas imagens ou o Deus verdadeiro que tirou vocês do Egito da terra da escravidão. Em outras palavras – escolher entre os deuses falsos ou o único Deus. Os ídolos, então, são imagens dos deuses falsos que representam aquilo que aparece somente por fora, estes deuses falsos existem só para enganar. Isto se torna uma falsa religião, quando a fé existe somente em vista de uma troca de favores. A pessoa presto culto a este deus e o deus falso vai resolver todos os problemas. É uma falsa imagem de Deus baseada na teologia da prosperidade que ainda existe hoje. É uma religião de troca de favores, onde faço minha oferta para receber de volta a benção de Deus. Mesmo querendo crer no verdadeiro Deus, podemos criar uma falsa imagem deste Deus a partir do nosso pensamento e nossos interesses, em outras palavras criar uma falsa imagem de um Deus verdadeiro. Por isso, Josué fala que é preciso abandonar os falsos deuses e servir somente o Senhor, significa viver a verdadeira fé, sair da casa da escravidão para caminhar rumo a liberdade em serviço do projeto.
Este caminho da fé exige compromisso. Muitos dos seguidores de Jesus queriam um sinal, um milagre de Jesus, uma religião de aparência ou de imagem. Jesus disse que ele é o pão descido do céu que dá a vida pela humanidade e que quem come deste pão também tem que dar a vida. Em outras palavras, quem come deste pão tem que assimilar Jesus, que sua palavra e sua vida fazem parte da vida da pessoa que o come. Neste sentido, a religião não pode tornar uma beleza estética ou uma imagem, mas preciso ser motivação de servir, doar a vida em prol do projeto, da transformação, da verdadeira vida e da fraternidade.
É Pedro que compreende isto quando diz: “Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus”. Então, quem come deste pão e bebe deste cálice se compromete não com uma falsa religião de promessas, de estética, de troca de favores, mas com o serviço em prol da comunidade e da vida. Diante disto, muitas pessoas podem até inventar uma imagem de Jesus que não corresponde à realidade, descobrir o verdadeiro Jesus é tomar uma decisão de seguir a ele e aderir ao seu projeto de vida.
Hoje em dia, nós católicos devemos lembrar que ser cristão é uma decisão, uma escolha para os caminhos da nossa vida. Por isso, é bom perguntar que tipo de cristão queremos ser ou religião queremos viver. Viver a verdadeira religião não é ir atrás dos ídolos ou de falsas imagens que atendem aos interesses pessoais. Quem escolhe o Cristo verdadeiro precisa ser educado no pensamento de Jesus e escolher amar como ele mesmo amou. Muitos preferem uma religião de troca de favores onde não existe compromisso e nem exigência. Por isso, queremos conhecer Jesus, sua palavra e sua vida para que possamos ser cristãos autênticos no mundo.
Viver a fé e a verdadeira religião é fazer a opção de nos comprometer com o pão da vida que dá a vida pela humanidade e dizer como Pedro:

A quem iremos Senhor?
Tu tens palavras da vida eterna,
Nós cremos firmemente
E reconhecemos que tu és o Santo de Deus.
Frei Gregório Joeright, ofm

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