sábado, 1 de agosto de 2015

18º DOMINGO Tempo Comum (01 e 02/Agosto)



Cor: Verde
1ª Leitura - Ex 16,2-4.12-15
Salmo - Sl 77
2ª Leitura - Ef 4,17.20-24
Evangelho - Jo 6,24-35
Reflexão
A felicidade é um truque. Podemos dizer que a busca da felicidade é o combustível que move a humanidade, um desejo fundamental que todos queremos. Mas o que é mesmo a felicidade?

Uma casa nova? Pode ter uma casa muito bonita, mas um lar cheio de infelicidade. Um carro novo? Se o carro quebrar, sem recursos para concertá-lo? O que adianta ter um carro que não podemos usar, não traz a felicidade. Será que a beleza pode nos trazer felicidade? A beleza é passageira e passa com o tempo. Com certeza, a saúde pode nos trazer a felicidade. Mas uma pessoa doente pode ser mais feliz que alguém com saúde. Apesar de ser o desejo de todos nós, a felicidade pode nos escapar muito facilmente. Por isso, podemos dizer que a felicidade nos engana.
O povo vivia como escravo no Egito, pensava que a felicidade seria caminhar para a liberdade. Uma vez liberto e no caminho pelo deserto, começaram a enfrentar a dura realidade que a liberdade não se ganha de graça. Começaram a sentir a fome e a reclamar: “No Egito sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome toda esta gente? ”. Em outras palavras, era melhor ficar como escravos no Egito, lá tinha comida de sobra, mas esqueceram tudo que tinham sofrido sob os acoites dos Egípcios e viviam sem ter direito à vida e à dignidade. Deus manda o alimenta do céu, o maná, mas este sinal é algo mais que alimento, pois mostra que Deus está sempre do lado do seu povo e que o caminho da liberdade exige a fé e a disposição de caminhar rumo a Terra Prometida.
Semana passada, escutamos no Evangelho, como Jesus alimentou a multidão, o pão e o peixe que se tornaram sinais da partilha e do compromisso com a solidariedade. Mas no evangelho de hoje, descobrimos que o povo não entendeu o sinal. Eles queriam ficar de barriga cheia com pão de graça, mas não compreenderam a proposta de Jesus. A este povo Jesus responde: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará”. É claro que o povo quer este pão: “Senhor, dai-nos sempre deste pão”. Mas a proposta de Jesus é muito mais, ele não veio para oferecer pão com milagres mas para ensinar que o amor e a partilha produzem pão em abundância.
Jesus quer ensinar que o Deus que liberta o seu povo da escravidão e que envia seu próprio Filho para a salvação da humanidade não se deixa manipular por interesses egoístas mas quer a realização da sua vontade e do seu Reino. Por isso, São Paulo escreveu que uma vez assumida a fé em Jesus, é preciso renunciar a existência passada para viver vida nova: “renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo, criado na imagem de Deus em verdadeira justiça e santidade”.
Muitas vezes, somos tentados a usar a religião ou buscar o sagrado porque queremos a felicidade, milagres para conseguir o que pensamos e que iria trazer para nós a felicidade. Quantos hoje só procuram Deus esperando graças e milagres para resolver seus próprios problemas e quando não conseguem, passam para as seitas que os prometem. Se olharmos para os santos, eles buscavam a Deus por ele mesmo, para saber da sua vontade e colocá-la em pratica. Eles entenderam que a proposta de Jesus é a única que pode nos trazer a felicidade, isto é trabalhar pelo pão que não perece, mas que permanece ate a vida eterna. Enquanto buscamos a felicidade no nosso caminhar nesta terra, nuca podemos perder de vista que é só Jesus que pode nos satisfazer com o pão da vida, pois ele mesmo diz: “Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Frei Gregório Joeright, ofm

Nenhum comentário:

Postar um comentário