sábado, 6 de fevereiro de 2016

5º DOMINGO Tempo Comum

Cor: Verde
1ª Leitura - Is 6,1-2a.3-8
Salmo - Sl 137,1-2a.2bc.4-5.7c-8 (R. 1c.2a)
2ª Leitura - Cor 15,1-11
Evangelho - Lc 5,1-11
Reflexão
Nós sempre damos significado às coisas, aos objetos e também aos acontecimentos. É essencial para o ser humano descobrir o sentido das coisas, queremos sempre uma explicação: porque este fato aconteceu? Quais as propriedades daquele objeto? Ao mesmo tempo, o sentido que nós damos para os acontecimentos e objetos pode, ou não, corresponder à realidade ou à verdade. E muitas vezes o sentido que damos para as coisas é muito subjetivo, pois depende do nosso ponto de vista. Pergunta então para o pescador: qual o sentido do Rio Amazonas? Ele vai responder: “É dele que tira o meu sustento”. Agora pergunta para o dono do arrastão: “É dele que tenho meu lucro”. Ou para o ribeirinho: “É o meio de chegar de um lugar para o outro”.  Várias pessoas poderiam ir para a praça mirante e olhar para o encontro das águas. Cada pessoa vai dar o seu próprio sentido, mas para quem tem fé e acredita em Deus, esta pessoa vai contemplar e dizer que é obra de Deus. E por ser obra de Deus, o rio também é um mistério: olhamos na superfície, mas não enxergamos por baixo, o que acontece dentro do rio continua fora do nosso alcance.
Também para os judeus o mar era um grande mistério, as águas profundas comunicavam-se com a mansão dos mortos e as forças do mal. Os monstros habitavam as águas mais profundas e os perigos dos ventos reforçavam a ideia que o mar representava o mundo da morte e do mal.
Jesus dá um novo sentido ao mar quando ele faz o desafio: “Avancem para as águas mais profundas”. Jesus, do barco, ensina a multidão e ele manda levar o barco para um lugar mais profundo onde o perigo é maior. Justamente, é em atenção à sua palavra que acontece a pesca milagrosa. E Jesus dá um novo sentido às coisas não de acordo com nosso ponto de vista ou nossos critérios, mas do ponto de visto e dos critérios de Deus. É nas aguas mais profundas que deve acontecer a pescaria que é anunciar o Reino. Isto significa que pescar é tirar as pessoas do mundo da morte e oferecer a vida. O barco se torna a própria comunidade com a missão de avançar. Pedro é todo discípulo que em atenção à palavra se torna pescador de gente que agora compreende e dá um novo sentido da vida: deixa tudo, rede, barco e família para seguir Jesus.
Isaías estava no templo, onde rezava os salmos. Lá ele via a Arca da Aliança com os querubins. Fez uma experiência de Deus e compreendeu a sua vocação, é Deus que chama: "Quem enviarei, quem vai por nós?" Isaías responde: "Aqui estou, envia-me".  Assim, Isaías deu novo sentido à sua vida.
São Paulo era grande perseguidor da Igreja, mas no encontro com Jesus muda todo o rumo da vida dele. O novo sentido que ele descobre é que Cristo, morto e ressuscitado, é o fundamento da fé, razão da nossa existência, motivo da missão de pregar e anunciar o Reino.
Quando olhamos o rio, podemos atribuir a ele muitos sentidos como também podemos atribuir à nossa própria vida vários sentidos.
Mas para o cristão é Jesus que dá este sentido: é reconhecer que todos somos chamados, e a nossa vocação e missão é nos dedicar para tirar a humanidade do domínio da morte. E ele chama todos: é como pescadores que Jesus chama pescadores, lavradores, também Jesus chamar como lavradores; pedreiros, cozinheiras ou donas de casa, como tais Jesus chama a todos. Cada qual deve ser chamado de acordo como seu lugar, seu estado de vida.
Por isso, todos nós estamos no barco da comunidade para lanças as redes onde nós vivemos, trabalhamos, no nosso ambiente, para caminhar juntos na construção do Reino, dando novo sentido à vida das pessoas e da própria existência da humanidade, não de acordo com nosso ponto de vista ou critérios, mas de acordo com os critérios de Deus. Isto é justamente o grande desafio para avançar para as águas mais profundas.
Diante deste grande desafio, quando escutou a voz de Deus: "Quem enviarei, quem vai por nós?" Isaías respondeu: "Envia-me, aqui estou". Qual será nossa resposta?
Frei Gregório Joeright, ofm

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