sábado, 27 de fevereiro de 2016

3º DOMINGO DA QUARESMA - 28 de fevereiro



3º DOMINGO DA QUARESMA

"Se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do
 mesmo jeito"





Cor Litúrgica: Roxo
Liturgia da Palavra
1ª Leitura - Ex 3,1-8a.13-15
Salmo - Sl 102,1-2.3-4.6-7.8-11 (R.8a)
2ª Leitura - 1Cor 10,1-6.10.12
Evangelho - Lc 13,1-9

Reflexão 

Cada vez mais estamos escutando notícias de desastres e tragédias: é muita chuva em São Paulo com inundações e vários perigos; o rompimento da barragem em Minas e o desastre ecológico que provocou; o zika vírus e a volta em força da dengue com as preocupações com a saúde pública, os assassinatos; crimes de roubo e acidentes no transito; violência nas famílias e ruas, enchentes e terremotos. Parece que a humanidade está enfrentando mais e mais desastres e desgraças com consequências graves e a morte de muitas pessoas.
Quando a gente vê o sofrimento e a destruição sempre pergunta: porque isto está acontecendo? Qual o motivo para tanta destruição e morte de pessoas? Há pessoas que falam que é o castigo de Deus por causa dos pecados. Isto principalmente por parte dos nossos irmãos crentes, mas não só eles, até nós fazemos a interpretação dos fatos e acontecimentos como castigo de Deus. Esta ideia continua muito presente, pois enfrentamos algum sofrimento procuramos logo a razão. Atribuímos o sofrimento e as desgraças como castigo de Deus por causa dos nossos pecados. 
Foi este o pensamento também no tempo de Jesus. Foi relatado dois fatos, os Galileus que Pilatos matou e os que morreram quando a torre de Siloé caiu. Jesus pergunta: "Vocês acham que eram mais pecadores que os outros?" Jesus não atribuía os males ao castigo de Deus, e de fato, pensando bem, se Deus nos castigasse por causa dos pecados, há muito tempo que a humanidade já tinha desaparecida.
É claro que mesmo procurando respostas, há muita coisa da vida que foge de explicação. Simplesmente não temos respostas. Mas uma coisa fundamental, é preciso ficar atento aos acontecimentos, neles há a voz de Deus.
É isto que Moisés fez, percebeu a presença de Deus nos acontecimentos. Ele viu a sarça ardente que não se consumia, pois Deus não destrói as coisas. Moisés se aproxima e tria as sandálias. Significa que Deus é grande, mas está presente na vida, deixa Moisés tocar os pés no chão para experimentar esta presença.
Deus chama Moisés e ele responde: "Aqui estou". Ele conhece Deus que caminha com a humanidade e está comprometido com a humanidade e isto se torna claro: "Eu vi, ouvi e desci para libertar o povo, para levar onde corre leite e mel". Moisés conhece este Deus como companheiro pelo nome: "Eu sou, quem sou". Deus é conhecido por aquilo que faz, isto é a libertação.
É isto a mensagem de Jesus, e para compreender, é preciso a conversão. A parábola da figueira nos ensina que Deus quer colocar adubo em nossa vida. Este adubo é a escuta da palavra, pois é e a vivência desta palavra que produzir os frutos do Reino. Conversão não é apenas uma penitência externa, ou um simples arrependimento dos pecados, é um convite à mudança de vida, de mentalidade, de atitudes, de forma que Deus e os seus valores passem a estar em primeiro lugar na nossa prática no dia-a-dia. Para isto, é preciso ficar atento aos acontecimentos e aos sinais dos tempos, pois falam dos apelos de Deus para a conversão.
Então, diante de tantos desastres e situações de morte hoje, devemos prestar atenção para aquilo que Deus está nos dizendo. Por exemplo, a Campanha da Fraternidade deste ano que é um apelo para cuidar da nossa casa comum. A natureza está sofrendo uma grande agonia e nós precisamos assumir a nossa responsabilidade de cuidar, proteger e defender. É uma grande responsabilidade. Ou, olhamos para o outro fato, o zika vírus e a dengue. Precisamos todos ter a consciência da nossa responsabilidade no cuidado com o lixo, na limpeza do quintal e nas ações para combater um pequeno mosquito que pode causar graves consequências no nosso país.
É justamente isto a mensagem da liturgia de hoje. É preciso estar atento a voz de Deus que se manifesta nos acontecimentos e fatos da vida. Por isso, nesta Quaresma vamos colocar adubo no chão da nossa vida cristã para que possamos ouvir os apelos de Deus na realidade e, como Moisés, responder "Aqui estou".

Frei Gregório Joeright, ofm

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