sábado, 13 de fevereiro de 2016

1º Domingo Quaresma

1º DOMINGO DA QUARESMA - ANO C
Cor: Roxo
1ª Leitura - Dt 26,4-10
Salmo - Sl 90,1-2.10-11.12-13.14-15 (R. cf.15b)
2ª Leitura - Rm 10,8-13
Evangelho - Lc 4,1-13
Reflexão 
Em nossa vida sempre existe adversários. Adversários são aqueles que tem interesses diferentes de nossos. São adversários justamente porque tem projetos contrários e se enfrentam com objetivo oposto, pois cada uma quer defender e garantir a realização do seu próprio projeto. Podemos citar exemplos de adversários: 
No esporte, os dois times no campo são adversários e os interesses são exatamente contrários, pois cada time quer ganhar o jogo, mas somente um vai conseguir.
No trabalho, existem adversários pois tem pessoas que querem derrubar os outros para ganhar alguma vantagem e justamente alcançar seu próprio projeto e objetivos.
Até na família pode ter adversários, marido e mulher que devem ser companheiros podem se tornar adversários no pensamento e na ação, colocando o interesse pessoal acima do amor.
Jesus também enfrentou um grande adversário. Depois de ser batizado, foi ao deserto onde foi tentado por Satanás. A palavra Satanás significa adversário. No evangelho de hoje, no confronto entre Jesus e Satanás, há também o confronto de dois projetos. O projeto de Jesus é bem claro: “O Reino de Deus está próximo, convertei-vos e crede no evangelho”
O adversário de Jesus tinha outro plano, a destruição, manifestada nas três tentações, que são um resumo de tudo o que poderia desviá-lo de sua missão. São também um retrato das tentações que devemos vencer para não nos desviar do projeto de Deus. Jesus recusa o caminho do materialismo, do poder e do prestígio.


A primeira tentação: "Manda que esta pedra se mude em pão" e Jesus respondeu: "Não só de pão vive o homem." É a tentação do materialismo e do consumismo, que leva a perder a sensibilidade humana e espiritual e a ganância pelos bens materiais.  Para Jesus não é o acumulo dos bens que deve guiar a vida das pessoas, mas a partilha que é o sinal da presença do Reino. 



Na segunda tentação, o adversário diz a Jesus: "Eu te darei todo esse poder e riqueza...se te ajoelhares diante de mim." É a tentação do poder. Todos nós temos sede de domínio sobre os outros e frequentemente somos tentados a nos tornar mais poderosos e donos dos outros e assim adversários uns dos outros. Na família: como pai, mãe, donos dos filhos, da esposa ou esposo. Na comunidade tem gente quer ser dono da comunidade, ser mais importante que o outro e mandar nos outros. Assim também existem adversários na comunidade na disputa pelo poder. Na sociedade, queremos dominar os outros com nossos interesses, assim a disputa pelo poder leva para a corrupção e injustiça. Diante da tentação do adversário, Jesus responde: "Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás."  Para Jesus não é o poder que é mais importante, mas o servir, que significa não buscar nossos interesses, mas nos colocar a serviço dos outros e um mundo melhor. 

A terceira tentação é do prestigio ou da fama. O adversário disse a Jesus: "Joga-te daqui para baixo... Deus dará ordem aos anjos para que te guardem." Mas Jesus resiste às ciladas do adversário: "Não tentarás o Senhor teu Deus..." Ainda hoje tem pessoas que buscam o prestigio e a fama. Pode ser através de uma religião mais fácil, sem compromisso, que promete milagres, salvação, dinheiro, emprego, saúde. Pode ser através de elogios, colocando as pessoas no pedestal, dando prestigio e fama. Para Jesus o que importa não é o prestigio, mas fazer a vontade de Deus, agir de uma maneira digna de nosso nome de cristãos. 
O adversário da nossa fé continua se manifestando na sociedade hoje:
- Na violência e vingança que geram insegurança e medo;
- No consumismo exagerado;
- Na corrupção, na mentira e na falsidade;
- Na ganância e prepotência;
- Na destruição e desrespeito pela vida.
São as tentações de todos os tempos que querem destruir a humanidade e nos desviar do caminho da fé. Por isso precisamos lutar contra o adversário, através de três práticas recomendadas para nós na Quaresma:  oração que é ficar em sintonia com Deus e sua vontade; jejum que é fazer sacrifício em vista do nosso objetivo que é construir o Reino; a caridade que é praticar o bem e amar o outro na partilha, no serviço desinteressado e na humildade. Por isso, precisamos lembrar que nosso adversário é perigoso, mas, como Jesus, podemos vencê-lo para continuar o nosso caminho de fé e vivência dos valores do Reino: a partilha e serviço em vista da fraternidade e do amor.
Frei Gregório Joeright, ofm

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