Cor: Verde
1ª Leitura - Sb 7,7-11
Salmo - Sl 89,12-13.14-15.16-17 (R.Cf. 14)
2ª Leitura - Hb 4,12-13
Evangelho - Mc 10,17-30
O que significa a palavra valor – o dicionário diz o seguinte: “qualidade do que tem força”. Quando falamos de qualidade, é algo que dura, não quebra, capaz de resistir o desgaste do tempo. A qualidade que tem força é justamente quando um objeto é colocado à prova, não quebra, nem se danifica e depois é reconhecido como um objeto duradouro.
Com certeza quando a qualidade de um produto é reconhecida, atribuímos a ele muito valor.
Mas, o que nós como pessoas temos de mais valor? Com certeza todos vamos dizer que é a VIDA, pois a pessoa humana é criada a imagem e semelhança de Deus e nossa vida é o maior bem que possuímos como diz o livro da Sabedoria: “Todo o ouro, ao lado dela, é como um punhado de areia”.
O jovem no evangelho também pensava desta maneira: “Senhor o que devo fazer para ganhar a vida eterna? ”. O jovem queria que o dom maior que temos fosse levado para outro nível, a vida que dura para sempre.
Jesus responde: “Conheces os mandamentos, não mata, não cometa adultério, não rouba, não prejudica ninguém pelo falso testemunho, honrar pai e mãe. Jesus não fala dos mandamentos referentes a Deus – acreditar só nele, não usa seu nome em vão, guardar a fé – mas fala das relações sociais, da justiça social, quando valorizamos o outro pelo respeito à vida, pela fidelidade no casamento, de não manchar o nome de alguém pelo falso testemunho, pelo respeito que devemos ter ao nosso pai e mãe que são a origem da vida.
Mas apesar do jovem rico querer a vida como o maior valor, ele vai embora triste quando Jesus disse, “Só falta uma coisa, vai venda tudo que tem, depois vem e me segue”. Em outras palavras, seu gesto de ir embora mostrou que as coisas que ele possuía tinha mais valor do que a vida que ele mesmo queria. Mostra também que enquanto ele se preocupava com a vida eterna para si mesmo, Jesus preocupa-se com os seres humanos que neste mundo não possuem o necessário para viver.
Como isto é verdade também para nós e na sociedade em geral, pelo fato que colocamos o maior valor muitas vezes nos objetos e posses que temos. Esta atitude é provada quando olhamos para as desigualdades entre nós, apesar de termos todos o mesmo valor:
- Pessoas que muitas riquezas e outras na miséria;
- Pessoas com muita terra, outras sem terra para trabalhar e morar;
- Pessoas com toda oportunidade para a educação, outras sem estudo;
- Pessoas que ganham muito dinheiro pela desonestidade e corrupção e outras sem emprego ou salários justos.
O que então a liturgia de hoje nos ensina? Primeiramente, a Palavra de Deus é eficaz, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Devemos ter a sabedoria para discernir o que nós temos de maior valor.
Esta sabedoria não se compara a riqueza e nenhuma pedra preciosa, ao seu lado o ouro e a prata são um punhado de areia. A sabedoria é uma riqueza incalculável pois ensina sobre o verdadeiro valor da vida.
Esta sabedoria que Jesus nos ensina quando fala onde está o nosso tesouro, estará também nosso coração. Se valorizamos a vida de toda pessoa, vamos ganhar a vida em herança eterna.
Por isso Jesus diz – é tão difícil um rico entrar no Reino do céu, pois para ele a qualidade que tem forca são os objetos da riqueza, do poder e do prestigio, mas para o cristão autentico, a qualidade que tem a força é o valor da vida:
Pois quem deixar casa, irmãos, mãe e pai e campos por causa de mim e do evangelho receberá muito mais nesta vida e no mundo futuro, a vida eterna.
Frei Gregório Joeright, ofm
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