São Pedro e São Paulo, Apóstolos . Solenidade
Cor: Vermelho
1ª Leitura - At 12,1-11
Salmo - Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R. 5)
2ª Leitura - 2Tm 4,6-8.17-18
Evangelho - Mt 16,13-19
REFLEXÃO
Vamos fazer uma viagem ao passado, no tempo de Jesus. Faremos esta viagem na nossa imaginação, e queremos nos encontrar com duas pessoas, apóstolos e discípulos de Jesus: Pedro e Paulo. Queremos conhecer melhor o mundo em que viviam e como seguiam Jesus. Ao mesmo tempo, ao viajar, não podemos esquecer da nossa casa, do nosso mundo e nosso tempo.
Vamos nos encontrar primeiro com Pedro. Ele era um pescador, por isso considerado pecador e impuro pelos fariseus e mestres do seu tempo. Os pescadores como todo o povo pobre da época, eram muito explorados. Pedro então, como pescador, era explorado tanto pela religião, por ser considerado impuro e pecador, como também pela sociedade. Ele era de cabeça dura, não entendia bem as coisas, mas mesmo assim, esperava algo, uma vida nova de dignidade e de respeito. Num dia ele estava pescando e escutou um homem chamado Jesus, que mandou Pedro jogar as redes, depois de passar uma noite pescando, sem pegar nada. Quando ele vê a pesca milagrosa, Pedro se joga aos pés de Jesus: “afaste-se de mim, pois sou pescador”, e Jesus lhe diz: “não tenhas medo, será pescador de gente. ” Algo mexeu com ele, era um novo dia, nova esperança, de tal ponto que era capaz de deixar tudo: rede, barca, pai para seguir Jesus que era poderoso em palavras e ações. Depois, no caminho de Cesareia de Filipe, Jesus pergunta quem o povo diz que ele é. Os discípulos respondem: “...os dizem que Elias, João Batista ou outro profeta, mas vocês, quem vocês dizem que eu sou? ” Neste momento, Pedro faz a profissão de fé: “Tu és o Messias o Filho de Deus vivo. ” Jesus, para Pedro, não é só um homem, mas Emanuel – Deus conosco e o salvador. Só que para Pedro é difícil aceitar que Jesus iria morrer: “Senhor isto nunca vai acontecer”, até Pedro nega Jesus e não compreende que seguir Jesus também é dar a vida. Depois na prisão Pedro também enfrenta sua Páscoa e é condenado a morrer para satisfazer os Judeus. Mas ele é salvo da morte pelo anjo, pela presença de Deus que tendo salvo seu próprio Filho da morte, fez a mesma coisa com Pedro.
Vamos agora nos encontrar com Paulo que era de Tarso, judeu, educado na escola de Gamaliel. Saulo ou Paulo era também fariseu, educado em toda a Lei, zeloso a tal ponto de considerar a Lei dos Judeus como razão de sua vida.
Paulo era também cidadão Romano, conhecia o mundo romano com suas cidades, comércio, muito luxo e riqueza a custo da escravidão e exploração dos povos.
Paulo era determinado a tal ponto de fazer todo sacrifício para fazer o que acreditava e era viajante.
Podemos então, imaginar Paulo na estrada de Damasco. Ele não podia tolerar esta nova crença em Jesus, morto e ressuscitado. De repente uma luz o envolve, cai por terra e fica cego. Foi o encontro com a luz do mundo, uma luz que resplandeceu para Paulo que andava na escuridão. Não só o corpo caiu por terra, mas tudo que ele era: zeloso na Lei e rigoroso na perseguição. Durante 3 dias ele ficou cego. Como Jesus e com Jesus, depois destes três dias, Paulo também ressuscitou para vida nova, recuperou a vista, enxergou nova luz e foi batizado. Ele podia escrever: Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Ele se tornou o grande apostolo que levou a mensagem do Evangelho a toda parte formando novas comunidades e incentivando os seguidores de Jesus.
Agora vamos voltar a nossa casa, nosso mundo. É bem diferente do mundo de Pedro e Paulo. Nós temos outros desafios e dificuldades, as realidades são diferentes, mas as trevas continuam.
Os meios de comunicação que projetam falsos valores, a destruição da vida e da criação de Deus, a vida urbana com a concentração da população, que traz as consequências da violência e insegurança. Mas talvez um desafio maior para nossa fé e a própria Igreja é a sociedade pluralista em que vivemos. Não é como antigamente quando todos eram católicos e todos pensavam do mesmo jeito. Nas nossas casas já tem divisão, tanto na religião como na maneira de pensar e os valores que vivemos. Manter a fidelidade ao evangelho no mundo de hoje se torna um grande desafio, são as trevas de hoje.
Precisamos de novas respostas para estes desafios de hoje. Para isto, como Pedro e Paulo, precisamos do encontro com Jesus ressuscitado e neste encontro descobrir o sentido e o desejo de viver a fé em Jesus e pertencer a comunidade eclesial. Lembrar Pedro e Paulo é importante para que nós também possamos dizer: combater o bom combate, guardar a fé e completar a corrida.
Frei Gregório Joeright
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