sábado, 6 de junho de 2015

LITURGIA DOMINICAL

LITURGIA DOMINICAL
10° DOMINGO DO TEMPO COMUM
1° LEITURA: Gênesis 3, 9-15
SALMO: 129
2° LEITURA: 2 Coríntios 4,13-18-5,1
EVANGELHO: Marcos 3,20-35

No mundo em que vivemos existem muitos males. Só precisa olhar ao nosso redor para ver estes males: a injustiça, a corrupção, violência – todos os dias somos bombardeados por noticias de maldades. Por que tantos males no mundo? Muitas pessoas têm várias respostas para esta pergunta, e muitas vezes somos tentados a acusar alguém ou algo pelo mal, mas a Bíblia tem uma resposta clara – o mal é o resultado do pecado.
A primeira leitura do livro de Gênesis nos relata qual a origem do mal. Lembramos que não é um relato histórico e sim nos provoca a refletir sobre as verdades da situação humana. O mal entra no mundo quando nos afastamos de Deus, da sua palavra e do seu projeto. Comer o fruto da arvore do bem e do mal é dar livre curso à ganância e ao orgulho, fazendo com que cada um, conforme o seu próprio interesse, decide o que é o bem e o mal. Não há critérios para a minha ação a não ser que seja o que eu desejo – portanto a origem do mal. Adão e Eva, que representam toda a humanidade, depois de escolher o caminho do mal, apresentam duas atitudes: o medo e a fuga, tem medo de serem descobertos e fogem das suas responsabilidades. Assim, ninguém quer ser responsável por seus atos e manipulações. Adão culpa Eva e Eva culpa a serpente. Medo e acusações se tornam parte das relações humanas.
No Evangelho, Jesus está em casa, que é no meio da multidão. Para Jesus a casa não é simplesmente uma morada, mas o lugar da missão. Para Jesus a sua família não se limita à sua mãe ou sua própria família: quem é minha mãe, meus irmãos e irmãs? Quem faz a vontade de Deus, este é minha mãe, irmão e Irma. A família, a casa para Jesus é a própria comunidade que é chamada a realizar uma missão – estabelecer o Reino no meio da humanidade, o Reino que vence o mal e identifica-se com o bem, isto é a realização do plano de Deus, o paraíso perdido por cause do mal que entrou no mundo. Por isso Jesus diz que a blasfêmia contra o Espírito Santo não tem perdão, pois é justamente pecar contra a origem do bem e do amor – que é o projeto de Deus e a sua palavra. Então as forças do mal e do adversário de Jesus continuam agindo - é o pecado daqueles que se fecham em sua ganância e prepotência e não são capazes de compreender uma nova proposta que é a humanidade redimida pelo bem. Esta redenção é o caminho apresentado por Jesus e a comunidade que segue sua palavra, criando novas relações entre as pessoas e reconstruindo o paraíso perdido.
Como vencer o mal? É muito fácil culpar os outros, fazer acusações e nos desculpar. Assumir a missão de sermos cristãos é nossa tarefa diária. Por isso:
Uma primeira coisa é lembrar que assumir a responsabilidade pelos próprios atos é também o caminho para vencer o mal. Depois, perdoar o mal é vencer o mal. Jesus expulsou o mal pela misericórdia. Pela prática da misericórdia e perdão, podemos também expulsar o mal.
Também, a doação na comunidade se torna meio para vencer o mal. A doação acontece quando nos dedicamos pelo bem da comunidade e dos outros sem o interesse próprio. A nossa festa do Santíssimo foi um exemplo disto, pois, tantas pessoas se colocaram a serviço da comunidade com muita dedicação. Dízimo é outro exemplo, pois dízimo é a partilha sem interesse próprio, é doar gratuitamente sem esperar algo de volta. Assim, nos tornamos membros ativos da comunidade e irmãos e irmãs na família de Deus. É esta participação que nos ajuda a aprender o caminho do bem e nos defende do nosso comodismo e individualismo, que foi o caminho do mal de Adão e Eva quando se afastaram do plano de Deus.
Voltar o nosso olhar para as coisas invisíveis, diz São Paulo, isto é para aquilo que é eterno e não passageiro. Justamente, quando compreendemos que a nossa morada não é obra de mãos humanas, mas de Deus é que estamos no caminho de sermos irmãos, isto é vencer o adversário que divide e acusa, pela pratica do bem que cria o paraíso do amor e da solidariedade.
Frei Gregório Joeright, ofm

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