Cor: Verde
1ª Leitura - Sb 2,12.17-20
Salmo - Sl 53,3-4.5.6.8 (R. 6b)
2ª Leitura - Tg 3,16-4,3
Evangelho - Mc 9,30-37
REFLEXÃO
Quem é o mais importante na sociedade em que vivemos? Apesar do fato que falamos muito sobre a igualdade e fraternidade, a sociedade está baseada na desigualdade. Existem pessoas mais importantes que outras. Podemos então, perguntar: quais são os critérios para dizer que alguém é mais importante que os outros?
Primeiro, podemos dizer que é o dinheiro. Quem tem mais recursos materiais se considera mais importante e é olhado pelos outros também como sendo o mais importante. O dinheiro dá a impressão de grandeza e privilegio.
Segundo, o poder faz alguém importante. Quem manda nos outros se impõe, e então, pode dominar os outros e deve ser obedecido. Mandar e dominar é ser importante.
Terceiro, o prestigio e fama são o caminho para aqueles que querem ser importantes. Atores de novela, jogadores, cantores, todos querem alcançar a fama e o prestigio e quem alcança isto se torna mais importante que os outros.
Para as pessoas importantes sempre tem o primeiro lugar, preferência de tratamento, mais respeito e consideração. Ser importante é ter privilegio.
O que isto provoca? Podemos dizer que as diferenças sociais e as desigualdades provocam divisões, conflitos e ciúmes. Na família pode acontecer separações pelo fato de um membro querer ser maior e se impor. Assim ser considerado mais importante é motivo de divisão.
No trabalho acontece discussões, críticas, ambições e rivalidades. A raiz de tudo é justamente o desejo, consciente ou inconsciente, de ser o maior. Assim, se busca cargos, títulos, honrarias ou elogios.
Na própria comunidade crista, há os conflitos pelo desejo de ser maior. São Tiago nos diz: onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más.
No evangelho de hoje, Jesus começa a ensinar os discípulos, falando que o Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens e eles o matarão, mas depois de três dias ele ressuscitará. Com certeza a morte de cruz era um escândalo, reservada para os marginalizados e excluídos, os desprezados e, portanto, os menos importantes na sociedade. Com o seu ensinamento e sua prática, Jesus estava na contramão.
Para os discípulos este ensinamento não é só não compreendido, mas também fora de qualquer possibilidade, por isso, os Apóstolos não concordam e fecham-se num estranho silêncio: "Tinham medo de interrogá-lo". Eles manifestam esta falta de compreensão no caminho, pois estava discutindo entre eles quem era o maior, o mais importante. Queriam ter o melhor lugar, os privilégios dos mais importantes. Jesus então dá uma grande lição, "Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o ultimo e que serve a todos". Depois pegou uma criança e colocou-a no meio deles e disse: "Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que acolhe". Porque uma criança? É porque a criança não tem riqueza e nem posses, não tem poder de mandar em ninguém e não tem nem fama e nem prestigio, em outras palavras não tem importância na sociedade. De fato, o que admiramos numa criança não é o poder, a riqueza, a sabedoria humana, mas a simplicidade e a transparência. E é justamente por isso que Jesus coloca a criança bem no meio para servir de exemplo para todos.
Esta reflexão deve nos ajudar a pensar na comunidade cristã e como deve ser a nossa prática no dia-a-dia. É interessante notar que Jesus faz este ensinamento na casa, lugar que representa a própria comunidade, e, justamente, o lugar onde deve existir a fraternidade e igualdade entre as pessoas, fruto do da prática de servir uns aos outros.
Por isso, servir aos outros sempre é uma grande oportunidade de mostrar que podemos promover a união, o entendimento e a igualdade entre nós. Aquilo que nos deve nos mover é a vontade de servir e de partilhar com os irmãos os dons que Deus nos concedeu. As palavras de Jesus são claras e atuais para nós hoje: "Quem quiser ser o primeiro, seja o último e o servo de todos".
Frei Gregório Joeright, ofm
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