Cor: Verde
1ª Leitura - Is 35,4-7ª
Salmo - Sl 145,7.8-9a.9bc-10 (R.1.2a)
2ª Leitura - Tg 2,1-5
Evangelho - Mc 7,31-37
“Brasil, um sonho intenso, um raio vívido. De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu risonho e límpido a imagem do Cruzeiro resplandece!”
Nesta semana da pátria, o hino nacional é cantado muitas vezes pelo povo brasileiro e quando se canta: “Ó Pátria amada, idolatrada. Salve! Salve!” é motivo de muita emoção. Se a gente fosse dizer a frase de outro jeito poderíamos dizer: O Brasil é como um sonho intenso, e já que em nosso céu limpa e clara a cruz de Cristo resplandece, desta cruz desce um raio brilhante que ilumina Brasil. Ou seja, o Brasil está sob o amparo e a proteção de Cristo.
E dizer que Brasil está sob a proteção de Cristo é reconhecer que Jesus não somente nos protege, mas também nos indica o caminho, a maneira que devemos viver. Esta confiança nos leva a acreditar em Cristo como o Messias que veio salvar a toda a humanidade. É acreditar que Jesus é aquele que foi prometido pelo Pai e, por meio dele, Deus manifesta seu amor e sua solidariedade ao povo.
Justamente foi esta a esperança do povo no tempo do profeta Isaias. A esperança na vinda do Messias era acreditar que Deus vai agir em favor dos pobres e injustiçados. Assim, os coxos vão andar e os cegos vão enxergar e os surdos e mudos vão ouvir e falar. A terra seca será regada com a água da justiça, que produz frutos de vida em abundância para todos.
No evangelho, é o próprio Jesus que vai cumprir esta profecia de Isaías. Jesus está diante do surdo e mudo que representa os mais necessitados da sociedade. Também representa os próprios discípulos que, apesar de estarem em companhia com Jesus e ouvirem os seus ensinamentos e verem sua prática, ainda não entendem que tipo de Messias ele é. Contaminados pelo fermento dos fariseus, esperavam um Messias triunfalista, dominando pela força das armas os inimigos. Eles são surdos e cegos e também mudos porque não compreendem quem é Jesus e não conseguem anunciar o seu evangelho com coerência e autenticidade. Na sua ação de curar, Jesus se manifesta solidário com as pessoas que sofrem. O Messias que, conduzido pelo Espírito, veio anunciar a esperança e a vida plena do Reino aos sofredores e abatidos.
Voltando para o nosso Brasil, como estamos debaixo da imagem do Cruzeiro resplendente, isto é, sob a proteção de Jesus como Messias, nós precisamos descobrir a verdadeira ação que devemos praticar como cristãos e cidadãos.
Brasil é um país bonito com o povo alegre e acolhedor, onde se vive muitos valores cristãos de fraternidade e solidariedade. Ao mesmo tempo, no nosso país, há uma multidão de excluídos e mutilados pelo fato que se coloca em primeiro lugar o crescimento econômico e o lucro e não a vida das pessoas. Estar sob a proteção de Jesus significa lembrar a sua ação diante dos sofredores. Nós também precisamos lutar por um país mais justo onde se manifesta o amor às pessoas que sofrem. A vivência destes valores cristãos deve “brilhar como um sonho intenso, um raio vívido”.
Estar sob a proteção de Jesus é lembrar com todos são iguais e que não deve existir “acepção entre as pessoas”. São Tiago nos ensina como é fundamental o respeito mútuo entre todas as pessoas, pois Deus escolheu os pobres para serem ricos na fé. Este respeito deve ser a prática nossa de todo dia. Respeito nas famílias onde existe a compreensão e o diálogo, respeito pelas leis do transito valorizando a vida, respeito e honestidade nos negócios, no trabalho e na escola, respeito e igualdade no tratamento das pessoas nos hospitais e nas repartições públicos. Quando todos os brasileiros e brasileiras vivem este respeito com certeza nosso “formoso céu será risonho e límpido”.
Amar a pátria idolatrada é não ser omisso. Diante de tantas injustiças, corrupção, maldades e desigualdades sociais, precisamos alertar para os perigos de desviar do caminho de Jesus. Isto significa que, como Jesus, queremos ser solidários, especialmente com os mais sofridos. Assim, a profecia de Isaías ganha sentido para nós e para o nosso país: “A terra seca será regada com a água da justiça, que produz frutos de vida em abundância para todos”.
Não devemos simplesmente cantar o hino nacional nesta semana da pátria, mas também descobrir como nós, cristãos e cidadãos, possamos imitar Jesus, o Messias, e viver o amor e a solidariedade neste grande país que é o Brasil: “És tu Brasil a terra adorada. Ó Pátria amada, és a mãe gentil e carinhosa dos filhos deste solo”.
Frei Gregório Joeright
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