sábado, 4 de julho de 2015

14º DOMINGO Tempo Comum

Cor: Verde
1ª Leitura - Ez 2,2-5
Salmo - Sl 122,1-2a.2bcd.3-4 (R. 2cd)
2ª Leitura - 2Cor 12,7-10
Evangelho - Mc 6,1-6
REFLEXÃO
Muitas vezes recebemos um convite para participar de algum evento ou manifestação, para realizar algum trabalho ou ajudar uma pessoa, ou para a casa de alguém ou até para participar da comunidade e recusamos o convite. Podemos perguntar: por que recusar o convite de alguém? Pode ser que aquele evento não nos interessa e assim não achamos que vale a pena gastar nosso tempo; pode ser também que existe algum preconceito contra a pessoa que nos convidou e assim recusamos porque não queremos ficar na presença da pessoa; ou pode ser por medo, vai exigir de nós e assim será necessário sair da nossa zona de conforto.

Ao mesmo tempo, podemos dizer que existe certas coisas que nos causam admiração. A beleza faz a gente admirar, pode ser uma foto, uma cena da natureza ou uma obra de arte. Também quando alguém fala com sabedoria, ficamos admirados com aquele ensinamento. Podemos ficar admirados diante de algo que nunca vimos ou ouvimos e assim exclamamos: “nunca vi uma coisa assim! ”.
O ensino de Jesus no evangelho de Marcos causa duas reações contrarias: admiração e recusa. Os líderes e o próprio povo ficaram, em primeiro lugar, admirados: “Como conseguiu tanta sabedoria”. Mas ao mesmo tempo ficaram escandalizados e recusaram este novo ensinamento dado com autoridade: “Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria? ”. Com certeza a rejeição de Jesus foi por causa do preconceito e do medo. Como aceitar a sabedoria vinda de um trabalhador e ficaram com medo de um ensinamento que compromete e que exige mudança de comportamento e pensamento. Assim não acolheram Jesus na sua própria terra e a hostilidade foi sinal de não somente rejeitar o novo que Jesus ensinava, mas também de acreditar nas suas obras. Esta falta de acolhimento fez com que Jesus não podia realizar milagres em sua própria terra, impedindo o avanço do reino de Deus. O preconceito fechou o coração daquelas pessoas e não perceberam a ação de Deus na pessoa de Jesus.
A recusa também é sinal de rebeldia como escutamos na profecia de Ezequiel. Mas o profeta tem a certeza da presença de Deus, que está do seu lado, pois mesmo o povo não escutando a palavra do profeta e continuando como bando de rebeldes, fica sabendo que houve entre eles um profeta. O povo pode continuar com cabeça dura e coração de pedra, mas é Deus que garante o sucesso da missão.
E nós, como aceitamos a mensagem de Jesus? Escutamos a Palavra de Deus todas as semanas, a mensagem de Jesus é nos dirigida através do evangelho e, no primeiro momento, podemos ficar admirados pelas palavras, imagens e ensinamentos. Podemos até exclamar: “nunca vimos coisa assim! ”. Mas a admiração precisa passar para a aceitação e acolhimento. A liturgia de hoje nos deixa um grande questionamento: temos uma cabeça dura e um coração de pedra diante da mensagem que escutamos?
Aqui é bom retomar as razoes pelas quais podemos recusar esta mensagem. Primeiro, será que a mensagem de Jesus realmente nos interessa? Estamos disponíveis para gastar nosso tempo na leitura, na escuta e na reflexão da palavra de Jesus? Sem ouvir, sem meditar e sem dedicar nosso tempo não estamos acolhendo Jesus no coração. Depois, podemos também agir com preconceito diante de Jesus. Quando não acolhemos os nossos irmãos e nossas irmãs mais necessitados e humildes estamos também recusando a presença de Jesus em nossas vidas. Também, podemos ter preconceito de participar da comunidade. Talvez não gostamos do padre, do catequista ou animador e assim recusamos de encontrar Jesus na vivência comunitária. Finalmente, podemos ainda ter muito medo. A mensagem de Jesus pode incomodar. Exige mudança de pensamento e ação. É muito mais fácil rejeitar o que Jesus nos fala do que sair do nosso estado de comodismo e nossa zona de conforto.
Com certeza, todos nós ficamos admirados diante da mensagem de Jesus, pois continua sendo uma mensagem atual e penetrante. Mas, não podemos continuar de cabeça dura e coração de pedra, é necessário passar da admiração para o acolhimento. Para que isto aconteça, é preciso perceber que, em Jesus, Deus continua agindo no mundo e o seu Reino está presente quando escutamos e acolhemos a sua palavra, deixando que ela penetre até o íntimo do coração.
Frei Gregório Joeright


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