Cor: Verde
1ª Leitura - 2Rs 5,14-17
Salmo - Sl 97,1.2-3ab.3cd-4 (R.cf 2b
2ª Leitura - 2Tm 2,8-13
Evangelho - Lc 17,11-19
Reflexão
Todos nós buscamos a felicidade. O que é mesmo a felicidade? Com certeza, vamos responder que é o bem-estar – isto é tudo que é relacionado à saúde, aos bons relacionamentos, aos bens materiais, a satisfação das necessidades básicas, como moradia, alimentação, vestimenta e educação. Mas, há algo que também pode ser considerado como felicidade: a gratidão. Há uma frase que diz assim: não é a felicidade que nos torna agradecidos, mas é a gratidão que nos torna felizes.
Os textos na liturgia de hoje nos convidam a refletir sobre a gratidão. Na primeira leitura o Sírio Naamã contraiu hanseníase e procurava a cura. Foi a Israel a procura de Eliseu que o mandou mergulhar no Rio Jordão sete vezes. Depois queria dar um presente a Eliseu, mas o profeta recusou porque reconheceu que quem agiu não foi ele e sim o próprio Deus. Naamã então pediu para levar sacas de terra que 2 jumentos podiam carregar, para poder adorar, na Síria, o Deus de Eliseu sobre a terra de Israel. É um gesto de reconhecimento da gratuidade do agir de Deus. É este reconhecimento que leva à gratidão manifestada no ato de adorar e louvar ao único Deus, criador do céu e da terra. É o reconhecimento da ação de Deus que faz brotar o agradecimento.
No evangelho de hoje são 10 leprosos que vão ao encontro de Jesus. Com certeza, não eram felizes, não somente pela doença, mas também, pelo fato que a doença era considerada como castigo de Deus e, por isso, eram impuros, marginalizados, e até excluídos da própria religião. Jesus manda ir ao Templo se apresentar aos sacerdotes, conforme a lei, e, no caminho, são curados. Importante mostrar o episódio como um verdadeiro caminho da fé. A fé nasce do clamor: “Jesus tem compaixão de nós”, mas a fé se concretiza no caminho e na obediência à Palavra de Deus. Os leprosos foram curados no caminho, mas somente um, um Samaritano, volta para agradecer. Ele reconheceu a ação de Deus em sua vida e em vez de ir ao templo, volta, atira-se aos pés de Jesus e agradece. Jesus é o novo templo de Deus no mundo. A cura não somente aconteceu no caminho e mas também se manifestou plenamente no gesto da gratidão.
A grande lição das leituras é que nós precisamos alimentar sempre a atitude da gratidão em nossas vidas. Então, podemos perguntar: o que podemos fazer para alimentar a gratidão? Faz algum tempo que fui visitar seu Francisco, acamado, sem força para levantar e nem falar. Durante todo o tempo que rezavamos ele ficou distante e fechado em si. Mas na hora da despedida, a sua esposa Dona Maria disse: Francisco o padre veio visitá-lo. Uma palavra saiu da boca de Francisco: “obrigado”.
Para alimentar uma atitude de gratidão, precisamos dizer com frequência - obrigado. Nunca devemos partir do principio de que os outros sabem que somos gratos, é preciso dizer obrigado. As pessoas precisam ouvir isto, pois o reconhecimento da gratidão é uma fonte de amizade e amor entre as pessoas.
Mas nossa gratidão não se expressa somente pelas palavras, é preciso também o respeito e consideração pelos outros. Pelo nosso jeito de ser, pelas atitudes de cortesia, generosidade e solidariedade manifestamos que somos pessoas agradecidas.
Finalmente, na família precisamos ser pessoas agradecidas. A gratidão nos ajuda a vencer magoas e transforma nossos relacionamentos mesmo quando enfrentamos abalos e dificuldades. A gratidão cura nossas feridas e transforma a vida.
A felicidade não nos trona pessoas agradecidas, mas a gratidão nos torna felizes. De fato, se nós queremos alcançar a felicidade, precisamos ser pessoas agradecidas. Que a liturgia de hoje nos ajuda a compreender a necessidade de gratidão como sinal da nossa fé e que, pela participação nesta liturgia, manifestemos a nossa gratidão a Deus por tudo aquilo que Ele nos dá.
Frei Gregório Joeright, ofm
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