sábado, 12 de dezembro de 2015

3° Domingo do Advento

1ª Leitura - Sf 3,14-18a
Salmo - Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R.6)
2ª Leitura - Fl 4,4-7
Evangelho - Lc 3,10-18
Reflexão 
Celebramos o terceiro domingo do Advento, o domingo da alegria, e a tônica da celebração é justamente a nossa alegria porque a vinda do Salvador está próxima. Jesus está chegando e também o advento do seu Reino, e por isso a alegria cristã. Mas o que é esta alegria?
Para nós como seres humanos, pensamos que a alegria é a ausência da dor e do sofrimento. Queremos sentir a paz, aliviados, tranquilidade. Reduzimos a alegria para aquilo que sentimos no momento, quando sentimos bem ou ficamos emocionados, simplesmente a partir daquilo que vivemos no momento. É muito fácil reduzir a alegria ao estado emocional e aos sentimentos momentâneos, pois assim nossa preocupação maior é simplesmente alcançar a alegria e não nos preocupar com nada mais. Ao mesmo tempo, podemos reduzir a fé ao sentimento, em outras palavras a vivência da fé torna-se simplesmente à procura da própria satisfação do momento. 
Então devemos perguntar o que seria a alegria cristã e o sentido da fé cristã?
Na primeira leitura podemos ver como o povo de Israel reconheceu que Deus está presente no meio deles como valente guerreiro que salva. É este Deus que não deixar desanimar, pois propõe uma novidade que é conseguir a verdadeira liberdade e construir o Reino. Por isso, é preciso exultar de alegria pois é justamente esta esperança que leva o povo a festejar. Deus propõe a salvação, razão de alegria para o povo.
No mesmo sentido, o povo ia à procura de João no deserto. Este povo desejava algo novo que era a alegria de encontrar o verdadeiro Deus que leva este mesmo povo, através do deserto, à terra prometida.
Mas é a partir deste desejo que vem a pergunta: o que devemos fazer?
Importante notar quem faz a pergunta e qual a resposta. Primeiro, a multidão, a maioria pobre, que provavelmente só possuía uma túnica. Para este povo, João disse: “Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o mesmo”. Em outras palavras, as pessoas que possuíam mais, isto é, duas túnicas, era necessário dividir. É a partilha que provoca a mudanças nas pessoas, cria uma novidade que é justamente a alegria da partilha.
Segundo, os cobradores de impostos que eram odiados, pois como instrumentos nas mãos do Império Romano, exploravam o povo, tirando até o último centavo. A novidade: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”.  A mensagem é clara, não pratica mais a injustiça, não cobra além do estabelecido. Com certeza, esta mudança de prática traz uma grande alegria, pois estabelece a justiça e a igualdade.
Terceiro, os soldados que eram corruptos e abusavam do poder para tirar vantagem. Para eles, João disse: “Não tomeis a força dinheiro de ninguém nem façais acusações falsas”. É preciso acabar com os abusos e a corrupção e não usar a violência. É a grande novidade do respeito pela dignidade da pessoa, da não violência e da justiça que traz a alegria. 
Como isto é importante, a não violência, no mundo de hoje. Testemunhamos todos os dias atos de violência, terrorismo, guerras e brigas pelo poder. É a loucura da violência e é somente uma sociedade não violenta que pode trazer a verdadeira alegria da paz e da justiça. 
Mas João não somente fala em que consiste a alegria, a partilha, a justiça, não violência e o respeito, mas aponta para a grande novidade que é Jesus. É ele que vai limpar a eira e batizará com o Espírito Santo. É esta novidade de Jesus que provoca no crente a alegria, pois ele está próximo e por isso devemos apresentar nossas necessidades em orações e súplicas acompanhados pela ação.
E é esta ação de partilha, justiça e respeito que vai fazer com que este Jesus nasça novamente trazendo a alegria.
Não é a alegria de um sentimento ou simplesmente da tranquilidade, mas a alegria de sentir que é Deus que vem trazer a salvação, salvação que é o cumprimento das promessas de Deus, promessas realizadas quando nós praticamos os valores do Reino: justiça, partilha e respeito. Pois é a paz de Deus que ultrapassa todo entendimento, que guardará os nossos pensamentos e corações na novidade que é Jesus Cristo.
Frei Gregório Joeright, ofm

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