terça-feira, 8 de dezembro de 2015

2º Semana do Advento – ANO C

A roupa que nós usamos diz muito sobre quem somos. Sem a gente perceber, a maneira que nos vestimos revela a nossa personalidade e como nós mesmos nos identificamos. Às vezes, usamos a roupa de acordo com a ocasião: roupa para o trabalho, para ir numa festa ou a roupa para a missa. Tem pessoas que usam roupa de grife ou da moda para aparecer, e outras pessoas que querem mostrar a simplicidade por uma roupa simples. Existe também uma roupa especifica para identificar quem somos: o bombeiro e o policial tem sua roupa; o médico usa uma bata; a professora tem seu uniforme, os alunos também. As crianças e os jovens usaram uma roupa especial para receber os sacramentos mostrando o compromisso da fé. Também trocamos a roupa para assumir várias identidades. A roupa que usamos diz muito sobre quem somos. 
O profeta Baruc diz: “Despir a veste de luto e aflição... e reveste os adornos da glória, cobre-te com o manto da justiça”. O povo é convidado a vestir esta roupa justamente para se identificar com o Projeto de Deus que liberta da do luto e da aflição para levar para uma nova terra onde reina o amor e a paz. Então o profeta convida para levantar e começar uma nova caminhada para transformar a realidade onde vai se abaixar altos montes e colinas e os vales serão aplainados. A roupa, o manto da justiça, identifica o povo que assume o compromisso no projeto de transformação. 
É o que escutamos no Evangelho, João Batista que se vestia com pele de camelo, usava cinto de couro, comia gafanhotos e vem proclamar a conversão e o perdão dos pecados. 
Qual foi a identidade de João? Certamente não se identificava com a história oficial, César, Herodes, Pilatos, Anãs e Caifas, mas com o povo que caminhava no deserto a procura da libertação. Por isso, João faz um apelo ao povo: Preparai o caminho, todos verão a salvação que vem de Deus.
Diante das leituras neste segundo domingo de Advento podemos perguntar: Qual é nossa identidade cristã e como nós nos identificamos como cristãos? Qual a veste que devemos usar neste tempo de preparação para o Natal? 
Primeiro, devemos endireitar as estradas. Nem sempre seguimos o caminho reto, indicado por Jesus. Aceitar o convite para a conversão significa viver o amor, a doação e o serviço aos outros e à comunidade. É preciso vencer os obstáculos do egoísmo e do pecado e endireitar as estradas tortuosas do mal para chegar no caminho de Deus.
Devemos também reconhecer que existem muitos vales que nos separam dos outros. Podemos preencher estes vales na família, no trabalho, na escola e na comunidade por atos de solidariedade e compaixão que certamente vão nos unir.  
Muitas vezes somos tentados a nos exaltar, a querer ser maior e melhor que os outros. Nosso orgulho e nossa autossuficiência nos impedem de nos aproximar dos outros e portanto de Deus. Precisamos endireitar os caminhos tortuosos por uma vida de retidão na simplicidade e humildade. Assim podemos abaixar os montes da separação. 
Certamente a nossa identidade como pessoas vai além da roupa que usamos e das aparências, e do mesmo jeito, a nossa identidade cristã precisa ir além do fato que somos batizados. Vestir o manto da justiça significa que a nossa identidade como cristãos vai além das aparências quando as ações que praticamos mostram o que acreditamos.
Então neste tempo de Advento podemos refletir como podemos vestir o manto da justiça e nos identificar como verdadeiros cristãos.
Claro que isto depende de cada um de nós, viver os valores cirstãos na realidade do dia-a-dia, na família, na escola, no trabalho.
Mas também lembrar do clamor de João no deserto: Convertam-se, o Reino está próximo.
Que este Advento seja esta oportunidade de conversão, que possamos nos despir da roupa da maldade, do egoísmo, do pecado, do comodismo para nos vestir com o manto da justiça e manifestar verdadeiramente nossa identidade cristã.
Frei Gregório Joeright, ofm

Nenhum comentário:

Postar um comentário