sábado, 7 de novembro de 2015

32º DOMINGO Tempo Comum

Cor: verde 
1ª Leitura - 1Rs 17,10-16
Salmo - Sl 145,7.8-9a.9bc-10 (R.1) 
2ª Leitura - Hb 9,24-28
Evangelho - Mc 12,38-44
Reflexão 
Tem um ditado assim: “As aparências enganam”. Como é verdade pois muitas vezes somos enganados por aquilo que pensamos enxergar. Isto é o princípio dos produtos falsificados, apresentam uma embalagem muito bonito, mas o conteúdo daquele pacote é falso. Somos enganados pela aparência da embalagem, pagamos caro e depois, descobrimos a falsidade, ou, podemos ficar eternamente enganados, nem desconfiamos da falsidade. Também somos enganados pelo nosso olhar. As vezes enxergamos o que queremos e não a realidade. Os pais, por exemplo, as vezes não enxergam os defeitos dos filhos porque não acreditam que o filho pode estar errado.

Jesus estava diante de duas cenas:
A primeira, os doutores da lei com suas roupas vistosas, seus lugares de importância nas sinagogas e nos banquetes e as orações longas e bonitas que faziam.
A outra cena: uma pobre viúva, com certeza com roupa rasgada, talvez encurvada pelo sofrimento e nas mãos, duas moedas que não valiam nada.
Jesus não enxergava a aparência dos doutores, mas olhava para o coração da viúva, esta pobre viúva deu mais que todos, ofereceu tudo que tinha para viver.
O profeta Elias estava fugindo da Rainha Jezabel que ostentava a riqueza e usava do seu poder para enganar e oprimir as pessoas. Na fuga encontra uma viúva, vítima das artemanias da rainha. Elias pede água e pão. Ela não tem, ela só tem um resto de farinho e um pouco de azeite para dividir com o filho e depois morrer. Mesmo assim ela atendeu o pedido de Elias e partilhou o que tinha. Depois acontece o milagre, não faltou mais, nem o azeite e nem a farinha por muito tempo. Para Elias o que contava era a sinceridade do coração e não a aparência da riqueza e do poder.
Enxergar o caminho correto e andar neste caminho nem sempre é fácil. Nossa sociedade é a sociedade da imagem, da aparência, o que conta para muitos é apresentar uma boa imagem. A essência, a verdade, a sinceridade não importam.
Então como podemos ter o olhar de Jesus para enxergar além das aparências?
Jesus estava em sintonia com a vontade de Pai e a direção da sua vida era fazer a vontade do Pai. Como Elias, Jesus mantinha a fidelidade a Deus para viver o projeto da justiça. Foi esta mesma fidelidade ao projeto do Pai que as duas viúvas mostravam através da partilha do pouco ou do quase nada que tinham.
Quando alguém é capaz de sair do seu egoísmo e ter disponibilidade para partilhar os dons recebidos de Deus, esses dons chegam para todos e ainda sobram. A generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem mas são geradoras de vida e vida em abundância.
Isto torna-se então um grande exemplo para nós hoje, especialmente no encerramento da semana do dízimo. É o dizimo que nos tira do egoísmo para criar o espírito comunitário. É este compromisso que vem da sinceridade do coração e não das aparências.
Pois, na partilha com a comunidade, vivemos a fraternidade como irmãos. É na partilha com a missão da Igreja que nós, como discípulos missionários, possamos entrar em sintonia com a vontade de Deus. E na partilha com os necessitados possamos construir uma nova sociedade baseada na justiça e na paz.
Que nós não sejamos cristãos de aparência, mas cristãos autênticos para que reunidos em nome do Senhor, possamos oferecer em toda parte, do nascer ao por do sol, um sacrifício perfeito com simplicidade e generosidade, a exemplo das 2 viúvas: a de Sarepta e a do Templo.
Frei Gregório Joeright, ofm

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