sábado, 10 de setembro de 2016

24º DOMINGO Tempo Comum

Cor: Verde
1ª Leitura - Ex 32,7-11.13-14
Salmo - Sl 50, 3-4.12-13.17.19 (R. Lc 15,18)
2ª Leitura - 1Tm 1,12-17
Evangelho - Lc 15,1-32
Reflexão 
O sofrimento faz parte da nossa vida e tem vários tipos de sofrimento. Há o sofrimento físico, causando pela dor e doença; o sofrimento emocional, causado pelas perdas, pela infidelidade ou crueldade das pessoas ou pela magoa, rancor e tristeza; o sofrimento espiritual, causado pela falta de sentido na vida. As leituras da liturgia de hoje mostram os vários tipos de sofrimento.
Primeiro, o sofrimento de Deus, causado pela infidelidade do seu povo que, apesar de ter recebido inúmeros favores de Deus na libertação da Egito, se afastou do caminho da aliança, construiu um bezerro de ouro e adorou outros deuses. O sofrimento de Paulo que tinha colocado como sentido da vida dele a prática da Lei, e, por isso, blasfemava, insultava, perseguia e agia com ignorância de quem não tem fé. Jesus sofria pela incompreensão dos fariseus e mestres da Lei que criticava Jesus, dizendo: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. O sofrimento do pastor e da mulher que perderam uma ovelha e uma moeda e ficaram angustiados até encontrar. O sofrimento do pai que viu seu filho mais novo levar a herança e partiu para uma terra distante e o filho mais velho recusar de receber o irmão de volta. O sofrimento do filho mais novo que queria a sua liberdade, caiu no pecado e erro e depois passou fome querendo comer o que davam aos porcos.  
Ninguém quer sofrer e, por isso, há hoje uma grande indústria para resistir ao sofrimento, simbolizado pela ganancia e pelo fascínio dos bens materiais, pela cultura do corpo e do bem-estar e pela plena confiança na tecnologia para resolver todos os problemas. Mas, diante do sofrimento, há um outro caminho. Caminhar em solidariedade com o sofrimento dos outros e até, do nosso próprio sofrimento. Mas este outro caminho exige duas coisas: coragem que significa a ação do coração e misericórdia que significa o coração que abraça a miséria do outro. De fato, exige coragem e misericórdia para caminhar em solidariedade com o sofrimento dos outros. 
Foi com coragem que Moisés suplicava ao Senhor lembrando da aliança firmada com Abraão e Isaac e do poder da sua mão forte que fez o povo sair da escravidão. Deus agiu com misericórdia quando desistiu do mal que ameaçava fazer. Foi com coragem que Paulo reconheceu o seu pecado e sua ignorância pela falta de fé, encontrando a misericórdia de Deus que fez dele um modelo para todos aqueles que creem em Jesus para alcançar a vida eterna. Foi com coragem que Jesus não desistiu da sua missão quando acolheu os pecadores e mostrou a misericórdia de Deus através das suas parábolas. Foi com coragem que o filho reconheceu seu pecado e lembrou da casa do Pai na certeza que ia encontrar não somente pão para saciar a fome, mas também o perdão e a misericórdia. 
Tudo isso pode ser resumido no Pai da parábola do filho prodigo. Ele foi capaz de caminhar em solidariedade com o sofrimento dos outros. Primeiro, ele respeitou a liberdade do filho mais novo que saiu com a herança para uma terra distante. Nunca desistiu de esperar o retorno do filho e quando o avistou, correu ao seu encontro. Foi com coragem que ele abraçou o filho e o beijou, nem deixou que o filho pedisse perdão, mas agiu com misericórdia e mandou fazer a festa para se alegrar pela volta do filho que estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado. Foi com coragem que o Pai saiu ao encontro do filho mais velho que recusou a participar da festa, pedindo que ele também reconhecesse o sentido da misericórdia e se alegrasse com a volta do irmão mais novo. 
Nesta parábola temos a imagem de Deus nosso Pai que age pelo coração quando abraça a nossa miséria de pecadores. É esta coragem e misericórdia que também nos incentiva a reconhecer a nossa própria miséria e encontrar a misericórdia que Deus nos oferece. Que nós também tenhamos coragem para praticarmos a misericórdia e caminhar em solidariedade com o sofrimento dos outros.
Frei Gregório Joeright, ofm

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